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quarta-feira, 16 de maio de 2012

PROGRAMA MACAMBIRA ANICUNS TRANSFERE MAIS FAMÍLIAS

A Coordenação do Programa Urbano Ambiental Macambira Anicuns (Puama) realizou hoje a transferência de mais três famílias dentro do processo de remanejamento para execução dos Parques do Programa. Foram transferidas duas famílias residentes na Rua Presidente Carlos Luz e uma família instalada na Rua Dr. Rui Alves, no Setor Faiçalville II. Vale ressaltar que esses imóveis encontram-se em Áreas de Preservação Permanente (APPs) - áreas em que são proibidos qualquer tipo de edificação, uma vez que situam-se às margens de Córregos e Ribeirões e nesse caso específico, os lotes estão às margens do Córrego Macambira.
Para o coordenador do Escritório Local de Gestão (ELO) – unidade física de atendimento social e jurídico às famílias – a realização dessas transferências é um passo crucial para a efetivação do Puama. “Trata-se de um ato muito importante para a consolidação do Programa, uma vez que essas famílias estavam em áreas onde construiremos o Parque”.
Ainda de acordo com o coordenador a ida voluntária das famílias representa um resultado positivo do processo de negociação. “A transferência dessas famílias está gerando expectativas em outros moradores, que agora passam a nos procurar para verificar sua situação”.
Além das transferências de hoje já foram feitas outras 18, sendo 17 famílias para o Residencial Orlando de Morais – conjunto de moradia popular criado pela Prefeitura de Goiânia para abrigar famílias que vivem em áreas de risco, áreas de preservação ambiental ou posseiros, e uma família para o Jardim Helvécia, adquirida por meio de Bônus Moradia, um dos mecanismos legais de negociação utilizado pela Prefeitura para indenizar as famílias.
Duas das famílias de hoje foram remanejadas para o Residencial Forte Ville Extensão, região sudoeste de Goiânia, e outra família para o Setor Buriti Sereno, em Aparecida de Goiânia. Todos os imóveis foram adquiridos via Bônus Moradia.

Apoio
Para a transferência das famílias a Coordenação do Puama contou com o apoio operacional de servidores da Comurg, que também auxiliou no apoio logístico.

Vida nova
A expectativa de uma nova vida e tranqüilidade na cabeça alimentam a esperança de uma vida melhor para as famílias transferidas. O fato de morarem em área pública de preservação ambiental tirava o sono de pais e mães de família. Seo Osmar Ferreira de Sousa, que veio de Marabá no Pará, há cerca de 15 anos, conta que quando sua esposa e cunhada compraram o imóvel ninguém falou para eles que se tratava de uma área pública. “A gente não sabia que era área verde, então a gente não tem culpa”. Emocionado, o pedreiro declara estar mais tranqüilo agora, indo para um lugar que definitivamente será seu. “Estamos muito felizes com a nossa nova casa. A gente teve que ceder para a construção do parque, mas vai ser muito bom para toda a cidade”.
Esposa de seo Osmar, a dona de casa Raimunda Marques de Sousa disse que desde que começaram a falar do Puama passou a ficar preocupada, sem saber o que fazer. “Mas, eu tinha certeza de que não ficaria desamparada e teria um novo lar para minha família”. Mãe de quatro filhos, as duas últimas criadas às margens do Córrego, dona Raimunda faz planos para ampliar a nova moradia para acomodar melhor os filhos.
Já a irmã da dona Raimunda, a dona Francisca Conceição Marques de Araújo, que comprou o lote junto com a irmã, mudou para a nova casa com o marido. Os filhos já estão todos criados e constituíram famílias. Dona Francisca não cabia em si de alegria, ainda mais pelo fato de mudar para o mesmo bairro que a irmã, com quem conviveu esses últimos 15 anos. “Estou muito feliz, pois estou muito satisfeita com minha casa nova, tudo arrumadinho, bairro próximo de onde a gente morava, com boa estrutura”.
O representante comercial Edivan de Souza Passos foi quem ajudou na mudança. A esposa dele estava no trabalho e a filha na escola. O sogro dele, seo Manoel, comprou a pequena chacrinha há uns nove anos e também não sabia que se tratava de área de preservação. A família, que também optou pelo Bônus Moradia, foi transferida para o Setor Buriti Sereno, em Aparecida de Goiânia, por escolha própria, porque ficaria mais próximo do trabalho de todos. “Estamos com grandes expectativas, casa nova, vida nova!” Quanto à construção dos Parques do Puama o morador é taxativo. “Era preciso fazer algo por essa área, pela nascente do córrego e essa realização vai ajudar não só na questão ambiental, mas também na opção de lazer para os moradores da região. Será muito bom para todos nós”.

Despedida
Durante a transferência das famílias, algumas vizinhas foram ao local despedir-se de dona Raimunda e dona Francisca. O fato de mudar de um lugar onde já criaram vínculos não as entristece, pois acreditam que será melhor para todos, até porque as vizinhas próximas também terão que sair para dar lugar aos Parques do Puama. E para elas, tudo é questão de adaptação, pois quando vieram do Pará para cá também tiveram que se adaptar. A costureira Maria Aparecida Prates, foi despedir-se e deixou uma palavra de conforto às amigas. “Vou sentir falta das minhas amigas, mas eu sei que o Parque é para um bem maior, é para o bem de todos. E a gente vai visitar uma a outra”.

Relocações
Ao todo, pouco mais de 800 famílias serão remanejadas ou indenizadas para a construção dos Parques do Programa Urbano Ambiental Macambira Anicuns. Desse total, cerca de 200 famílias estão em áreas públicas.
O processo de remanejamento tem recebido especial atenção, tanto da Prefeitura quanto do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), financiador do Programa, e a expectativa é de que tudo ocorra dentro de uma negociação tranqüila e transparente, cujos benefícios serão desfrutados não só pelas famílias atingidas, mas toda a população de Goiânia com a realização desse grande empreendimento socioambiental.

Autor: Selma Soares



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