Quem passa pelo canteiro de obras tem noção
visível da dimensão e importância desse empreendimento.
Sonho de muitos, o Programa Urbano Ambiental Macambira Anicuns (Puama) tem seus primeiros trechos desenhados fora do papel. Desde o lançamento e início efetivo das obras no dia 30 de março, quem passa pelo canteiro de obras no Setor Faiçalville toma conhecimento da dimensão e importância desse empreendimento para Goiânia.
O Programa, que é uma iniciativa da Prefeitura
de Goiânia com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID),
prevê a criação do Parque Linear Macambira Anicuns, com 24 km de extensão e o
Parque Ambiental Macambira, com extensão planejada de 25,5 hectares.
Nesta primeira fase estão sendo
construídos o Parque Urbano Ambiental Macambira e o Setor I do Parque Linear,
que foi subdividido estrategicamente em 11 setores, para melhor condução dos
trabalhos e seguimento ao cronograma previsto. Esse primeiro trecho, o Setor I,
abrange cinco bairros da região sudoeste da Capital, localizados nas imediações
da nascente do Córrego Macambira e corresponde a 2,9 km do total de 24 km de
extensão do Parque Linear, que será o maior parque contínuo da América Latina e
um dos projetos mais arrojados desenvolvido pela Prefeitura de Goiânia nos
últimos tempos.
Composição
O Setor I, trecho inicial do Parque
Linear Macambira Anicuns, será equipado por seis Núcleos de Estar; dois Parques
de Vizinhança com Núcleo de Conforto, compostos por administração, quadras
poliesportivas, playground, academias de ginástica, estacionamentos,
bicicletários, sanitários públicos, depósitos de resíduos sólidos – e travessia
para pedestres.
Já o Parque Urbano Ambiental
Macambira, com área estimada em 25,5 hectares, contará com um Núcleo
Socioambiental composto de estação de ginástica, anfiteatro ao ar livre, praça
das mangueiras e canteiro de bromélias; Praça das Esculturas; cinco Núcleos de
Estar – espaços equipados com pequenas praças com pergolados, bancos, bebedouros,
entre outros, para a apreciação da paisagem dos parques – e um Núcleo de
Recreação Infantil com parquinho de areia.
Andamento
das obras
Segundo David Gusmão Lima, engenheiro
da EMSA supervisor da obra, nessa etapa inicial já foram realizadas diversas
intervenções: conclusão da montagem e instalação do canteiro de obras; limpeza
e demarcação dos eixos das vias perimétricas – vias que irão margear o parque; execução
das galerias de drenagem pluviais; cadastramento e inventário das espécies
arbóreas para submeter à aprovação da Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA)
para retirada; terraplanagem das pistas de ciclismo e de caminhada, entre
outras ações. “Também já iniciamos a construção do Núcleo Socioambiental no
Parque Urbano Macambira e estamos fazendo a locação de guaritas e quiosques das
entradas de acesso aos Parques”, complementa o engenheiro. De acordo com o
supervisor também já está em fase de execução a construção do bueiro na Avenida
Independência, no Setor Faiçalville. Cabe ressaltar que o conjunto de obras
prevê a reconstrução e construção de novos bueiros, bocas de lobo, unidades de
lançamento, bem como a substituição e construção de novas de obras de arte:
construção de duas pontes de concreto; três bueiros celulares em novas
travessias; substituição de três bueiros e duplicação de dois já existentes na
área de abrangência do Programa. Construções necessárias e essenciais compostas
aos parques e à drenagem de águas pluviais. Já estão em andamento as obras de
construção do bueiro tubular da Avenida Independência, no Setor Faiçalville e do
bueiro celular da Av. C com Avenida Trieste, no Setor Novo Horizonte.
Segundo a engenheira especialista em
obras, Nágila Emiliano Garcia, que compõe a equipe executora do Programa,
trata-se de um trabalho de etapas contínuas em que se conclui um serviço num
local inicia-se outro. “O trabalho de execução das diversas obras específicas
previstas compõe-se de várias etapas que serão construídas trecho a trecho,
conforme orientam as normas de engenharia e ainda conforme a limpeza e
desobstrução das áreas, concordando para um processo contínuo até a conclusão
total das obras”, explica a especialista.
Preocupação
com o meio ambiente
Serão inúmeros os benefícios
proporcionados com a efetivação dos Parques do Programa: regularização urbana;
reassentamento de famílias e negócios instalados em áreas públicas e de risco;
infraestrutura urbana e social como drenagem, iluminação, pavimentação,
construção de unidades educacionais e de saúde e opção de lazer, entre outros.
Porém, são melhorias que virão como resultado e complemento de todo um processo
de recuperação ambiental empreendido nas margens do Córrego Macambira e do
Ribeirão Anicuns.
O Puama tem como linhas gerais contribuir para equacionar os problemas
ambientais, urbanísticos e sociais que afetam a cidade de Goiânia, resultantes
da ocupação desordenada do espaço urbano, em especial das margens dos cursos
d’água Macambira e Anicuns, estimulando a participação (individual e coletiva)
dos cidadãos no processo de construção de um desenvolvimento sustentável da
cidade.
“Restabelecer a vegetação original da
área dos 385,5 hectares que compõem os Parques do Programa é o foco principal
do Puama”, informa Valdi Camarcio, Coordenador Executivo do Programa. De acordo
com o coordenador, primeiro será feito o replantio de espécies nativas e a
proteção das margens para corrigir o estágio atual de degradação em que as
áreas se encontram.
A construção de demais equipamentos e
obras previstas no Programa são para que a população possa usufruir desse
espaço ambientalmente recuperado. “A construção de núcleos de conforto, parques
de vizinhança além de outros equipamentos de lazer, são benefícios que virão em
razão da construção dos Parques do Puama e irão garantir a apreciação
paisagística e usufruto dos bens ali instalados”, destaca.
Além disso, as intervenções na área
são realizadas com a preocupação de preservar ao máximo a plantação nativa. Segundo
a gestora ambiental Érika Maria Siqueira, Especialista em Manejo de Áreas de
Conservação e integrante da equipe do Puama, toda espécie que deverá ser
retirada para viabilizar as obras foi catalogada e o levantamento foi
encaminhado à AMMA para autorizar a supressão, mas o impacto ambiental será
reparado com o replantio de mudas em toda área dos Parques. “Para se ter uma
idéia, a recomposição arbórea será bem superior à retirada – serão plantadas
mais de 120 mil mudas árvores, o que significa a revegetação de mais de 200
hectares do total de 385,5 hectares que compõem o Parque Linear e o Parque Ambiental
Macambira”, destaca.
Área de influência
As
ações e obras previstas iniciam na altura do Setor Faiçalville, na divisa com o
município de Aparecida de Goiânia, percorrendo os setores Novo Horizonte, Vila
Mauá, Vila Adélia, Bairro Goya, Vila São José, Vila Santa Helena e vários
outros bairros até os bairros Criméia Oeste e Urias Magalhães.
Estima-se
que cerca de 350 mil pessoas sejam beneficiadas diretamente com o Programa, por
meio de obras de infraestrutura urbana e social nos 131 bairros localizados em
sua área de influência, considerando as áreas limítrofes de até 500m a partir
dos Parques.
Cronograma
A previsão é de que as obras sejam concluídas em 26
meses a partir do início.
Já os trechos em obras, o Setor I e o Parque
Ambiental Macambira têm previsão de entrega, respectivamente, em 210 e 180
dias.
Autor:
Selma Soares
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